TIPO Concurso Público de Concepção para a Elaboração do Projecto das Novas Instalações da EGP-UPBS 

CLIENTE EGP - University of Porto Business School

LOCALIZAÇÃO Matosinhos, Portugal

STATUS projecto

CO-AUTORES Luís Spranger SALL Arquitectos

O projecto desenvolve-se numa zona urbana consolidada ao nível das infra-estruturas, com zonas residenciais e diversos equipamentos nos terrenos envolventes. O terreno, de topografia bastante plana, permite que o edifício se eleve naturalmente cerca de um metro em relação à cota da rua. A concentração da área de implantação permite a abertura de uma generosa praça elevada, voltada à avenida principal, e o alargamento do próprio passeio - de acordo com a largura já implementada a Sul -, necessário face ao tráfego previsto de peões e à escala da futura construção. A planta, alongada sobre o eixo longitudinal do próprio terreno, oferece a fachada de maior desenvolvimento à Avenida Fabril do Norte, desdobrando-se num jogo de volumes que quebra a massa do edifício e aproxima a sua escala à do utilizador. Mais próximo do arruamento, um volume de apenas um piso pontua a rotunda e fecha a referida praça; adicionalmente, a altura mais baixa deste corpo permite que a praça tenha pleno usufruto da exposição solar a Sul.

Junto à Fase II, a construção volta a abeirar-se do passeio, marcando de forma central o eixo da totalidade da parcela e libertando, nas traseiras, um segundo espaço exterior, destinado à área da restauração, voltado para o canto remanescente da Fase I. Pela sua proximidade ao Parque Municipal, propõe-se que esta zona seja desenhada em continuidade, afirmando-se por uma densa vegetação. Tanto a estação de Metro mais próxima, Sete Bicas, como os principais acessos viários desde o Porto - Avenida AIP, Via de Cintura Interna e Estrada da Circunvalação, definem o topo Sul da parcela - em particular a rotunda - como o ponto primeiro de chegada, e, portanto, como o ponto primeiro de percepção da nova UGP-UPBS.

Opondo-se aos vizinhos volumes de sete pisos, e aproveitando o máximo de exposição solar para conforto da praça urbana, o primeiro contacto com a esquina do terreno materializa-se num volume de um piso que se desenvolve ao longo da Rua João Mendonça. Na intersecção deste arruamento com a Avenida Fabril do Norte, o seu topo desenha o cartão de visita da instituição, estampando o logotipo da EGP-UPBS.

No terreno da Fase II encontra-se o campo de futebol que será beneficiado pela construção de uma cobertura, desenhada tirando partido das linhas do actual campo e bancadas. Está pensada como uma peça «apoiada» do lado Nascente abrindo-se para a depressão natural que se estente pelo parque público. A utilização do campo passou a contemplar uma ligação física entre o 1º piso do parque de estacionamento e o campo desportivo, proporcionando aos utentes da Universidade uma ligação sempre coberta, nomeadamente aos balneários que estão desenhados no terreno da Fase II. A ponta Norte da parcela é ocupada por uma segunda identidade urbana distinta da futura arquitectura inequívocamente de desenho contemporâneo: nas actuais instalações do Centro Cultural da Senhora da Hora é proposta a sua reconversão em "Casa do Professor", destinada a acolher os professores visitantes. Tão importante como o programa que receberá, ao se proceder à reabilitação de uma contrução que é parte da história corrente da cidade, será dado um segundo sinal: a de que a nova EGP-UPBS continuará consciente das suas raízes e que reforçará a sua abertura à cidade e à região que a acolhe. O acesso ao edifício é feito por 3 entradas (excluíndo o acesso ao parque de estacionamento): a entrada principal na zona central do complexo que serve todos os alunos e utentes; uma segunda entrada, a Sul, destinada aos colaboradores e direcção; e, no topo Norte, devidamente resguardada, uma entrada de serviço associada à area de cargas/descargas. Os percursos dentro do edifício são simples e de fácil percepção, tendo sempre como referência o generoso átrio de entrada, fortemente iluminado, e para o qual se abrem os espaços sociais de maior importância - o Centro de Documentação e Informação, o Anfiteatro Principal e a Área de Restauração. Da ampla praça de acolhimento, sobranceira à Avenida e cuja expectativa de uso ultrapassa a de mera imagem institucional, pretende-se que seja tão atractiva e polivalente que se afirme também como um espaço de aprendizagem informal. Está em estreita ligação com o CDI e os principais acessos públicos: a Norte, o átrio principal; a Sul, uma segunda entrada, mais próxima da Loja EGP-UPBS e da área de colaboradores/direcção. No 2º piso concentram-se as instalações de alunos e docentes, estando reservado para estes últimos um conjunto de gabinetes positivamente isolados, proporcionando as condições necessárias à prática não só de trabalho lectivo e atendimento mas também de investigação, incluindo espaços de apoio, instalações sanitárias próprias e uma copa exclusiva com área exterior coberta. A larguíssima maioria dos espaços é servida por luz natural, reservando-se soluções de segunda luz para os compartimentos que ou não o exigem, ou cujos níveis de permanência não comprometem a qualidade geral do ambiente de trabalho.

Relativamente à Fase II, a estratégia de projecto focou-se, em primeira mão, numa proposta séria e bem sucedida quanto ao seu real futuro uso. Assim, propõe-se: demolição do parque infantil e das duas pequenas construções adossadas às bancadas nos topos Norte e Sul; construção de uma cobertura sobre o campo e de um corpo de balneários e de instalações de apoio à manutenção dos espaços exteriores; reconversão do Centro Cultural da Senhora da Hora em Casa do Professor. Relativamente a esta última, o cada vez mais comum apoio prestado pelos professores visitantes, reforçada com o facto de as actuais instalações já possuírem um T1 completamente equipado, garante um sucesso no uso efectivo desta unidade, representando um salto qualitativo e quantitativo na oferta de alojamento a docentes.